Yeshua ressuscitou e vive para sempre

Yeshua ressuscitou e vive para sempre

24 de agosto de 2015

ROSH HASHANÁ - O ANO NOVO

📔📓📔📓Rosh Hashaná, o Ano Novo, não encontra o judeu despreparado. Já em Elul, um mês antes, a chegada de Rosh Hashaná é anunciada pelo som do Shofar.

O shofar é tocado a cada manhã, durante todos os dias da semana, exceto no shabat e na véspera de Rosh Hashaná. Esta interrupção é feita para distinguir entre o shofar tocado durante Elul, feito sem pronunciar nenhuma bênção, pois é realizado por costume e tradição e não por ordem da Torá, e o toque do shofar em Rosh Hashaná, que é uma mitsvá, preceito, ordenada expressamente na Torá e antecedido por uma bênção especial.

O costume de tocar o shofar desde o primeiro dia de Elul vem desde os dias de Moshê, (Moisés) segundo nossos sábios. No primeiro dia de Elul, Moshê subiu ao Monte Sinai para lá passar quarenta dias e quarenta noites pela terceira vez. Passou seus primeiros quarenta dias no Sinai quando lá subiu no sétimo dia de Sivan, um dia após a Revelação.

O toque do shofar durante o mês de Elul é uma chamada para o arrependimento e uma preparação para o novo anoDurante este período, Moshê recebeu a Torá, com toda a explicação e detalhes dos preceitos. Desceu quarenta dias mais tarde, a 17 de Tamuz, carregando as Tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. Encontrando o Bezerro de Ouro no acampamento, quebrou as Tábuas, e no dia seguinte subiu novamente ao Monte Sinai para rezar pelo perdão de D'us.

Na véspera do primeiro dia do mês de Elul, Moshê retornou mas suas preces não haviam sido totalmente atendidas. Finalmente, Moshê subiu ao Sinai pela terceira vez. Os quarenta dias terminaram a 10 de Tishrei - Yom Kipur - quando Moshê desceu, trazendo consigo as segundas Tábuas e a Divina mensagem de perdão. Desde então, nossos sábios nos dizem, os quarenta dias que vão do início de Elul até Yom Kipur permanecem como dias de graça Divina e perdão especiais, culminando no Dia da Expiação.

Assim, o toque do shofar durante o mês de Elul é uma chamada para o arrependimento e uma preparação para o novo ano; sendo o último mês do ano, é uma época propícia para a busca interior e um balanço espiritual.

Como um lembrete adicional da importância deste período, o Salmo 27 é acrescentado às preces diárias de Shacharit e Minchá (rezas matutinas e vespertinas) em algumas congregações; em Shacharit e Maariv (rezas matutinas e noturnas) em outras.

SHABBAT SHALOM


Parashah 49 : Ki tetsê ( Quando você sair)
D'varim (Deuteronômio 21:10 - 25-19
Haftarah Ki tetsê : Yesha'yahu (Is) 54.1-10
(Adaptação messiânica: início da leitura em 52.13)
B'rit Hadashah : Mattityahu (Mt) 5: 31-32; 19:3-12; 22:23-32; Marcos 10:2-12; 12:18-27; Lucas 20: 27-38; 1 Coríntios 9:4-18; Gálatas 3:9-14 ; 1Timóteo 5:17-18

Resumo da Parashá

Ki Tetsê começa discutindo o caso de uma mulher quando capturada por um soldado judeu durante uma batalha. Pelo resto da Porção, a Torá continua com uma lista de várias mitsvot cobrindo vasta gama de tópicos. Relata então os direitos especiais de herança do primogênito, o caso do filho teimoso, a importância de respeitar-se a propriedade de outras pessoas, a obrigação de enxotar a ave mãe do ninho antes de pegar seus filhotes, e que não se deve vestir shatnez, mescla de lã e linho na mesma peça de roupa.

O caso da difamação da mulher casada é então discutido, seguido pela proibição de adultério e outros casamentos proibidos, bem como a ordem de manter o acampamento do exército como local santificado. Após mencionar brevemente o divórcio e o requerimento de um guet (carta de divórcio), a Torá discute o sequestro, a mitsvá de pagar os trabalhadores no tempo apropriado, e o conceito da responsabilidade do indivíduo por suas próprias ações.

A Torá descreve então a consideração especial que deve ser dada a um órfão e a uma viúva, o casamento levirato e a mitsvá de ser honesto nos negócios. Esta Porção da Torá conclui com uma exortação para recordar as atrocidades que a nação de Amalek cometeu contra nós após o Êxodo.

23 de agosto de 2015


Shoftim é a 48ª porção da Torah, e a 5ª de Davarim, retrata principalmente a administração da justiça, onde juízes e oficiais deveriam ser apontados dentre as tribos e procedimentos judiciais estabelecidos para que Israel trilhasse o caminho que o tornasse “uma nação de sacerdotes e um povo santo”(Shemot 19:6), sendo que a justiça é o ingrediente essencial para se atingir este objetivo, e Israel é alertado no sentido de “a justiça, e somente a justiça seguirás” (Devarim 16:20).
A formação de uma corte de julgamento, Tribunal (Bet Din) é o primeiro mandamento encontrado nesta porção, sendo que toda cidade deveria ter um independente se teriam 3, 23 ou 71 membros.
Outras recomendações são a de não se ter árvores perto de lugares santos e de obeliscos de conotação pagão em lugar algum, outra preocupação era o de não oferecer animias desqualificados perante ao altar. O mandamento de se ter um rei para o Povo Judeu na terra de Israel foi então explicada: Moshe fala quais as funções do rei, suas obrigações e proibições, então, a classe sacerdotal foi abordada especificando as funções e direitos tanto dos Cohanim como dos Levitas, e o mais especial dos consagrados tambem foi elencado a saber um profeta, o que se deveria fazer para se aceitar a um ou punir outro por blasfêmia e enganação.
A espefificações da instituição de cidades de refúgio (Arei Miklat), foi repassada: quando uma pessoa poderia se refugiar lá e as conseqüências por sair do refugio antes do tempo... e o que fazer com o assassino. A importância de se preservar os limites das propriedades e a validade das testemunhas foram abordados na seqüência.
O mandamento de termos um sacerdote responsável de ir a guerra, quem deveria ser recrutado e quem dispensado, e o que fazer com os despojos. Eis uma recomendação muito especial, a de ser proibido cortar as árvores frutíferas ao redor de uma cidade sitiada.
Por fim então é que o mandamento da novilha de cura “eglá harufá” foi relatada, ela serviria para expiar pelo assassinato insolúvel de um indivíduo fora dos limites da cidade.
Haftará Shoftim é a quarta das setes Haftarot de Consolo. Assim como na leitura da Torah, esta Haftará de justiça e da injustiça, sendo que o profeta fala por D-us, “Eu, Eu sou o que vos consola”, e continua dando alento aos israelitas, dizendo-lhes que aqueles que os oprimem injustamente serão um dia justiçados por D-us. Israel será finalmente livre de seus inimigos e estes prestarão contas de seus atos diante ao tribunal de justiça Celeste.

Os três ofícios
Considere Deuteronômio 16:18, “Juízes e policiais porás em todos os teu portões que o Senhor teu D-us te dá, segundo as tuas tribos, para que julguem o povo com retidão”.
As primeiras palavras do versículo 18 são lidas literalmente você nomeará ... juízes. A primeira pergunta que qualquer israelita poderia ter perguntado é; Quem nomeará esses juízes? A resposta é, o povo. Sistemas tribais empregam anciãos como representantes do povo. Esses anciãos nomeavam os juízes. É possível que os juízes foram determinados pelos anciãos.

Através do decurso do seu Ofício, Moshe preencheu todos os três ofícios Messiânicos para os quais uma pessoa recebida a unção com o óleo: profeta, sacerdote e rei. Ele foi o modelo de profeta, falando em nome de D-us para a nação inteira. Ele serviu no sacerdócio, sacrificou e executou os ritos de um sacerdote diante de Aharon e seus filhos quando foram ordenados. Como líder, juiz e encarregado de dar a Lei, Moshe de certa forma serviu como uma espécie de Rei sobre Israel durante o período do êxodo. Simbolizando isto tudo, Moshe como o “redentor” ou o “Libertador” usado por D-us para tirar o povo do Egito, por isso ele é também como uma tipologia do Redentor filho de D-us. O Messias é Profeta, Sacerdote e Rei (Líder, Juiz)

Juiz
A palavra hebraica para o juiz é Shofet. Pouco depois que Israel conquistou Canaã, a história introduz a era de 250 anos dos juízes que governaram Israel. Mas em Deuteronômio é onde o oficio de Shofet (Juiz) é realmente estabelecido.

Cada tribo tinha seu próprio conjunto de Shoftim - juízes e funcionários. Enquanto Israel se tornava um sistema cada vez mais descentralizado de Governo em Canaã, o Senhor ainda espera que cada tribo funcionasse sob o mesmo conjunto comum de princípios: a Lei, a Sua Torah.

Este princípio é afirmado no final do versículo 18: esses juízes e oficiais são para governar com julgamento reto; em Hebraico Mishpat Tzadek.
O verso 19 explica os fundamentos de Mishpat Tzadek aos olhos de D-us:

1° A decisão deve ser justa,
2° Não deve haver nenhuma favoritismo; e
3° Não haverá nenhum suborno de uma parte ou da outra em uma disputa, pois um suborno poderá torcer o resultado do julgamento.

O Verso 20 diz; תרדף צדק צדק Justiça e Justiça só isso você deve buscar, este significado não está fora de intenção de D-us no sistema de Justiça. No entanto em Hebraico, as palavras efetivamente utilizadas são; צדק Tzedek e só Tzedek que você deve buscar, Tzedek significa retidão, (integridade de caráter, lisura no procedimento, legalidade... ) não a “justiça” em si. Literalmente deveríamos ler; Retidão e Retidão só isto você deve buscar.
O significado é que; a retidão ( integridade de caráter, lisura no procedimento, legalidade) é a base para a Justiça de D-us. Por conseguinte, a retidão é a meta, na qual o julgar de cada caso deve seguir.

Rei
Considere - Deuteronômio 17:15, porás certamente sobre ti como rei aquele que Adonay teu D-us escolher. Porás um dentre teus irmãos como rei sobre ti; não poderás pôr sobre ti um estrangeiro, homem que não seja de teus irmãos.
O título Mashiach - Messias (Ungido) é um título ou um atributo antigo hebraico para o Rei de Israel. A Torah ordena Israel apontar um Rei sobre eles entre seus compatriotas, um Judeu – hebreu entre seus irmãos. Para ser um rei verdadeiro de Israel, o rei deve ser Judeu. Yeshua é um Judeu com uma longa genealogia, impressiva que alcança todos descendentes do Rei David.
Além a ser Judeu, o Messias verdadeiro deve ser um observante da Torah. Deuteronômio 17:18, Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta Torah, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. A Torah dá as leis que pertencem especificamente ao rei de Israel. O rei de Israel não deve multiplicar cavalos ou esposas, deve escrever uma cópia do Torah para si mesmo e mantê-la com ele, estudando a todos os dias de sua vida, deve ter cuidado para observar, falado em Deuteronômio 17:19 - 20, “...a fim de guardar todas as palavras desta Torah e estes estatutos, para os cumprir... e não se aparte da Mitzvá, nem para a direita nem para a esquerda.”
As leis do rei em Deuteronômio 17 aplicam-se especialmente ao Messias. Recorde: Cada rei de Israel foi chamado Ungido (messias). Yeshua é O Rei, O Ungido, e O filho de David. As leis de Deuteronômio 17 aplicam ao Messias tanto quanto ao rei Salomão. Se o Messias não se mantivesse nas leis de D-us na Torah e as leis do rei em Deuteronômio 17, ele não seria um rei digno para Israel. Como um rei de Israel, o Messias deve ser completamente um observante da Torah. Somente Yeshua de Nazaré cumpre perfeitamente as exigências do Rei de Israel. Sendo Sem maculas, somente Yeshua pode reivindicar não ter cometido nada contra a Torah. Sozinho é o Rei digno de Israel. (Mateus 7:21, João 7:17 e etc.)
Profeta
Considere Deuteronômio 18:15-19, O Senhor teu D-us te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvirás,... Do meio de seus irmãos lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E de qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu exigirei contas.
Moshe disse aos filhos de Israel: que o SENHOR um dia levantará um profeta como eu entre vocês, de seu próprio meio.
O Messias é o Profeta como Moshe. O Messias era um profeta como Moshe, e, por causa disto, a vida do Messias e seu oficio devem refletir o mesmo padrão de Moshe. O Midrash freqüentemente alude Moshe e ao Messias como o primeiro Libertador e o Ultimo Libertador.
* Ambos Moshe e o Messias nascem em um momento de subjugação nacional.
* Ambos os libertadores aparecem depois que Israel espera gerações pela redenção.
* Ambos os libertadores são destinados a quebrar a subjugação de Israel e conduzir-lhe a terra prometida.
* Ambos executam sinais e maravilhas para validar seu ofício.
* Ambos na autoridade singular da Torah.
* Ambos preencheram o papel do intercessor entre D-us e a nação.
* Ambos fazem o trabalho de reconciliação, renovando o relacionamento da aliança de D-us com Israel quando esta aliança se tornou comprometida.

Moshe era ao contrário de todos os profetas restantes porque D-us lhe falou diretamente: de conversação, sem sonhos, charadas ou mistérios. Por causa deste nível original de revelação, quando Moshe falou como um profeta, sua voz era o equivalente da voz de D-us, ele era como D-us. Nenhum outro profeta alcançou tal nível de profecia que Moshe obteve. Mas a carta aos Hebreus demonstra O Messias é como Moshe porque sozinho ele fala diretamente a D-us. Conseqüentemente, é uma Mitzvá (Mandamento) escutar e obedecer as palavras do Messias como se forem as palavras de Moshe, ou bem da verdade as palavras de Moshe eram as palavras do Messias.

O Profeta falso
Como você pode saber se é um profeta falso ou um profeta verdadeiro? Moshe ofereceu o teste padrão saber isto em Deuteronômio 18:21-22 diz, E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que Adonay falou? Quando o profeta falar em nome do Adonay e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que Adonay não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás.
No exemplo de saber se o profeta (ou hoje se há dom de profecia na pessoa), a Torah é como a “autoridade rabínica Kasher”, verificando para ver se o produto é kasher (permitido). Se o profeta provar ser verdadeiro e provar estar de acordo com a Torah, a Torah “carimba” esse profeta com seu heksher (selo kosher).
Porque quando uma pessoa busca por alimentos kasher, ela mantém sempre cuidado para verificar se o alimento esta de acordo com a Torá ou não, antes de colocá-lo em sua boca. Assim também nós devemos ter cuidado para verificar um profeta e sua profecia, para ver se ele e sua profecia são “Kasher”, ou seja, verificar se estão de acordo com a Torah de D-us, antes de nós a a deixamos entrar em nossos ouvidos e se instalar em nossos corações.
Se uma pessoa profetizar um sinal, uma maravilha ou uma predição, e essa predição não vier a acontecer exatamente como ela falou, tal pessoa deve ser considerada um falso profeta e nunca mais deve ser ouvido outra vez. De fato, nos dias do Sanhedrin, o falso profeta era posto à morte por apedrejamento.
Bom seguindo este raciocínio, se o que o profeta (ou a pessoa que profetizou) vier a acontecer exatamente do jeito que ela falou, nós devemos considerá-lo um verdadeiro profeta de D-us? A resposta é Não. Há um segundo critério para determinar se um profeta é verdadeiro; um profeta verdadeiro não vai contra a Torah de D-us e seus mandamentos.
Considere sempre Deuteronômio 13:5, E aquele profeta, ou aquele sonhador, morrerá, pois falou rebeldia contra Adonay vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos desviar do caminho em que Adonay vosso Deus vos ordenou que andásseis; assim exterminareis o mal do meio vós.
Esta passagem se faz muito clara sobre um profeta ou sonhador ou uma pessoa hoje com dom de profecia em relação de ir contra os Mandamentos (Mitzvot) de D-us na Sua Torah. Ou seja, mesmo que tudo que esta tal pessoa dizer acontecer exatamente como falou, ou ate fizer sinais de maravilhas e vier esta tal pessoa falar contra a Torah, esta tal pessoa é um falso profeta. Desta forma D-us nos ensina como diferenciar tais profetas (ou sonhadores ou hoje pessoas com o dom de profecia)

* Primeiramente, se um profeta predisser uma coisa que venha passar, sua predição deve provar ser verdadeira. Se o sinal, a maravilha ou a predição falharem, sua profecia é falsa.

* Em segundo, se o milagre, o sinal ou a predição vierem ser verdadeiros mesmo isto não lhe faz um profeta de D-us. Sua mensagem deve ser consistente com a Torá.

Se em sua mensagem, profecias for algo contrário aos Mandamentos (Mitzvot) de D-us, tais como a idolatria, profanação do Sábado e as Festas apontadas por D-us e etc. ele é um falso Profeta. Os sinais e as maravilhas sozinhos não são suficientes para provar que tal pessoa é um profeta verdadeiro ou uma pessoa com o dom de profecia. Deve também receber o teste da Torá.

Isto é algo muito serio! Hoje em dia isto tem sido levado extremamente na banalidade, Concerne àquelas pessoas que têm um hábito dizer a outra; “Eu tenho uma palavra do S-nhor para você”. Declararam-se como profetas ou cheio do “espírito santo” ou no ‘evangeliques’ tem a “unção”. CUIDADO! Se você tem tido este habito e tem se colocado nesta posição, pense muito bem, mais muito bem antes de abrir a sua boca pra ficar falando que D-us disse isto ou aquilo para você falar, leia o que eu está em Deuteronômio 18, porque você não terá outra escolha, e é melhor que sua palavra esteja correta de acordo com a Torá e tudo que você disse aconteça exatamente como tal. Pense muito bem antes de entrar nesta mania de “Zé ou Maria profetas” ou “profetadas” ou “revelações” ou “atos proféticos” ou “ta na unção”, pois você será julgado por tudo que sair da sua boca e D-us não tem por inocente aquele que usa seu Nome em vão. As conseqüências por entregar uma mensagem ou profecia falsa são consideravelmente severas.
O principio fica: Não dê ouvidos a lideres relógios ou pessoas que se dizem profetas ou com o dom de profecia que são contra a Torá de D-us, mesmo o que ele ou ela disse aconteça exatamente como disseram; Pois isto só não basta para qualificar uma pessoa como profeta de D-us. Não coloque as palavras na boca de D-us.
Yeshua ensinou a seus discípulos (Talmidim) manter a Torah de D-us, mesmo o menor dos Mandamentos (Mitzvot), e todas suas profecias provaram serem verdadeiras. Conseqüentemente, concordando com os critérios da Torah, Yeshua (Jesus) é legitimamente um ‘profeta kasher’.
Mateus 5:17-19 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei (Torah) um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.

Yeshua como O Profeta
Moshe dirigia-se ao povo com estes mandamentos de D-us. Direito no meio deste discurso, Moshe fez uma ruptura, e falou sobre a vinda do Messias (O Profeta semelhante à min.). Olhe o verso 15: O S-NHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu. Está falando sobre Yeshua.
Yeshua seria um profeta dentre de seus próprios irmãos. Yeshua (o profeta) não desceria dos céus como um anjo, ou seria um estrangeiro. Teria que ser um judeu um israelita.
Mudanças – Força e Coragem - Chazak Ve’Ematz
A Mudança é algo assustador, porque nós, seres humanos ficamos mais confortáveis quando vivemos em condições estáveis e previsíveis.
Alterações na saúde, circunstâncias financeiras, sociais e familiares são simplesmente assustadoras. Mudanças geralmente são assustadoras, mesmo quando a mudança é para o melhor.
A Mudança é melhor gerenciada através da aquisição de coragem.
Para nos conduzir através das mudanças, o Tanach (biblia) nos ensina a frase, ‘Seja forte e corajoso’," ou em Hebraico; Chazak Ve’Ematz. Cada vez que esta frase é usada nas Escrituras Sagradas é para incentivar (ver que palavra coragem lá) alguém prestes a ter uma experiência de grande mudança nas circunstâncias de sua vida.
Pode ser encontrada no contexto de D-us promovendo Josué para ser o sucessor de Moisés. Pode ser encontrada quando o Rei Davi entrega a coroa a seu filho, e pode ser encontrada no contexto de Israel ao confrontar seus inimigos na guerra.
Chazak Ve’Ematz
A primeira palavra hebraica Chazak, descreve ter ‘força’ suficiente para o triunfo sobre qualquer coisa contraria. Por exemplo, o primeiro uso bíblico da palavra:
Todos vieram para o Egito para comprar alimentos de Jose porque a fome era ChazaK- forte em toda a terra. (Genesis 41:57) Note: A fome era forte o suficiente para dominar a terra. É preciso ter força para fazer o que destina-se a fazer.
A segunda palavra, Ve’Ematz, significa ‘ser corajoso’, que quer dizer, ter a coragem e a vontade de usar sua força. Por exemplo,
Cinge os seus lombos de força, e fortalece (encoraja) os seus braços. (Provérbios 31-17)
A palavra hebraica traduzida como ‘fortalece’ é a palavra hebraica Ematz sugerindo que ter força não é suficiente – é preciso ter coragem para usá-la.
Assim, as Escrituras ensinam que primeiro Chazak – Força; - seja forte o suficiente para fazer tudo o que precisa fazer. Uma vez que sabemos que podemos, nós devemos ter coragem para nos dar a vontade de fazer o que deve ser feito. “Ganhar a força” é uma questão de estratégia. Ganhar coragem é mais complicado.
1° Analise cada desafio que você enfrentará separadamente para que você não seja subjugado por um ‘espírito de medo ou pessimismo’.
2° Covardia e pessimismo são contagiosos.
3° Lembre-se, constantemente, das Escrituras que dizem 'seja forte e corajoso' - Chazak Ve’Ematz.

A mudança é constante na nossa vida. A coragem torna-se constante com o exercício e prática.

A Coragem sempre será a melhor maneira de lidar com mudanças e os medos que ela gera.

14 de agosto de 2015

SHABBAT SHALOM


Esta parashat nos mostra dois caminhos, após uma série de instrução, sobre o dever do povo em ouvir e obedecer a voz do Senhor, o amando de todo coração e toda a força, inculcando os mandamentos do Senhor de modo que não se desviem nem para direita e nem para a esquerda. Tem falado para circundar nosso coração, de modo que andemos nos caminhos do Senhor. Tomamos por exemplo o relatos de como o povo que se mateu com um coração endurecido de modo que não conheceram os caminhos do Senhor, deixando de ouvir a vós do Eterno.

E agora nessa parashat, Moshe diz vejam, dois caminhos um que leva a vida e outro a morte.

CRISTO se referiu a dois caminhos um estreito mas que leva a vida e outro largo mas que leva a morte.

Escolham pois a vida, aqui vemos o livre arbítrio do homem.Esses dias as coisas que me tem norteado é exatamente tipos de idolatria, inclusive postaram um vídeo aqui que fala sobre amar ao Eterno sobre todas as coisas, e se realmente temos amado?

Cumprindo assim o maior mandamento?

Tenho refletido sobre isso.

Idolatria é muito mais que tem imagens de escultura.

Que possamos refletir.

Shabat Shalom.


Assista a "Parashá REÊ - Rab Mess Marcelo M. Guimarães - 2013" no YouTube - https://youtu.be/HivscJb2-SI

9 de junho de 2015

A Identidade do Messias e os Falsos Ensinos

por Matheus Zandona
Sabemos que muitos grupos isolados, supostamente ‘judeus-messiânicos’, não estudam e não dão a devida autoridade à Torá e ao ensino Apostólico. São pessoas que nunca foram discipuladas, orientadas e guiadas por outros judeus messiânicos. Tal isolamento produz uma forma de “pseudo-judaísmo”, com práticas e doutrinas estranhas em todos os aspectos, incluindo o judaico. O que sabem de judaísmo é proveniente de livros e do Google, não tendo eles nenhum senso de realidade e convívio com outros judeus. “Viram” judeus da noite para o dia, lêem tudo o que conseguem na internet e no Wikipédia, e se acham mais judeus do que os verdadeiros judeus. Tudo isso, novamente, é conseqüência da falta de discipulado e convívio com judeus autênticos e de boa reputação tanto nos meios judaicos como nos meios messiânicos. Perante à comunidade Judaica tradicional, esses grupos são vistos com estranheza e repúdio. Não foi à toa que Yeshua nos ordena a fazermos TALMIDIM (discípulos), pois tal ação requer convívio e relacionamento. As “anomalias” que tem surgido nos últimos anos provenientes de ex-evangélicos que viram “judeus googlianos” poderiam ser evitadas com uma boa dose de bom senso, bom testemunho, discipulado e convívio com pessoas autênticas e com fruto para mostrar. Este artigo procurará demonstrar a todos o quão distantes estes grupos de “super-judeus” estão da Torá e do verdadeiro judaísmo, os quais nos foram mostrados por Yeshua e por seus talmidim.
Para começar, vamos ver uma admoestação apostólica em relação a pessoas que acham que entendem a unicidade de Deus e ficam satanizando e demonizando irmãos que aprenderam e creem no dogma niceniano da “Trindade” (não estamos aqui justificando nem propagando esta doutrina, apenas expondo um espírito hipócrita que ronda esses grupos militantes de anti-trinitarianos):
“Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem!! Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente”. (Tg 2:19-24)
Pois bem, mais uma vez NÃO ESTAMOS AQUI DEFENDENDO A TRINDADE criada no séc. IV d.C. Porém, é hipocrisia e arrogância um grupo que acha que entende a unicidade do Eterno (o que, por seus estudos, temos 100% de certeza que não entendem!!), ficar menosprezando, marginalizando e FAZENDO DE INIMIGO tudo e TODOS os que aprenderam de outra forma. SIM, cremos piamente que precisamos trazer mais clareza e entendimento em relação à natureza de D-us e Seu Ungido nos meios teológicos cristãos, porém, cremos também que este ensino deve vir acompanhado de AMOR, EXEMPLO, FRUTOS e TESTEMUNHO de vida! Assim nos ensinou Yeshua. A autoridade não vem do conhecimento apenas, mas também da conduta! Foi contra este tipo de arrogância e cinismo que o irmão de Yeshua, Yaakov (Tiago), escreveu o texto que citamos acima. Yeshua nos ensinou que TODA a Torá depende do Shemá (Dt 6:4) e do tratamento ao próximo (Lv 19:18). Esses dois mandamentos andam LADO A LADO. Adianta achar cumprir o Shemá e chamar todo mundo de ‘filhos da babilônia’, ‘idólatras’, ‘pagãos’ e coisas do tipo?
Por acaso apenas a crença na unicidade de D-us pode salvar ou justificar alguém? Pois que fique claro a todos os simpatizantes e membros dessas seitas pseudo judaico-messiânicas:
NÃO CRER NA TRINDADE NÃO SALVA, NEM JUSTIFICA PERANTE O ETERNO!!!!
Apenas quando a fé é aliada à um testemunho e amor verdadeiros, ela pode alguma coisa. Sem obras, a fé é inoperante para justificação! Yeshua nos ensinou que devemos ser intolerantes em relação a DUAS coisas: 1º PECADO, 2º HIPOCRISIA!
O judaísmo tem uma visão muito diferente da visão destes grupos em relação à DIVINDADE do Messias. No judaísmo chassídico, por exemplo, nos dias onde o sábio Menachem Schneerson ainda atuava nos meios Chabad, cria-se entre muitos de seus seguidores que ele era o Messias prometido pelos profetas de Israel (e ainda hoje muitos assim acreditam). Assim, uma vez que ele (Schneerson) assumiu tal postura, toda a conduta de serviços e orações nas sinagogas em que ele comparecia foi alterada. Orações eram feitas diretamente a ele. Serviços litúrgicos onde centenas de judeus chassidim ficavam dançando e cantando ao redor de sua “kissê moshê” durante horas, eram realizados em vários lugares. E ainda, nos dias do polêmico Shabatai Tzvi (séc XVII), que foi aclamado como Messias por milhares de Judeus da Europa e Ásia Menor, a adoração e culto à ele eram tão expressivos, que até mesmo os livros de oração da Comunidade Judaica de Amsterdã (Sidur) foram alterados para incluírem orações de louvor a ELE, quando estivesse presente em algum serviço. Perguntamos: será que algum outro judeu sequer acusou o movimento chabad de ‘idólatra’ por orarem e adorarem publicamente ao Schneerson? Será que algum judeu europeu foi considerado ‘idólatra’ por tratar Shabatai Tzvi como sendo “D-us entre o povo”? Por que, pela halachá judaica, não ferimos a unicidade do Eterno ao reverenciarmos e adorarmos o Mashiach como D-us? Por que esses falsos judeus messiânicos também não declaram guerra ao movimento chassídico?

Poster do Falecido rabino Schneerson nas ruas de Jerusalém. O texto diz: "Vive o Rei Messias".
Precisamos aprender como a Tanách e o judaísmo tradicional enxergam o Messias. Esses grupos extremistas presentes em nossos dias assumiram uma postura perigosa, desprovendo Yeshua (o verdadeiro Mashiach), da PLENA representação da divindade do Eterno. Vejamos o seguinte ensino do rabino Shaul (Apóstolo Paulo):
“…porquanto, nele (YESHUA), habita, corporalmente, TODA E PLENITUDE da Divindade.Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade”.(Cl 2:9-10)
Ou seja, Ele (Yeshua) não é o PAI, mas veio do PAI, possui a mesma natureza do PAI e representa o PAI a nós 100%. Ele é o único caminho, o único mediador. Através dele compreendemos o Eterno e nos relacionamos com Ele. Nem mesmo no judaísmo tradicional se despreza tanto a divindade do Mashiach como nestes grupos de falsos (ou “super”!) judeus-messiânicos. O Mashiach é tratado como D-us NO JUDAÍSMO TRADICIONAL pois representa D-us aos homens, e segundo a regra do apostolado (Shlichut), o enviado é 100% igual àquele que o enviou, perante as pessoas objetos de sua missão.
Dessa forma, o judaísmo entende que ao mesmo tempo onde há igualdade, também pode existir hierarquia, e por isso a unidade de D-us jamais é ferida. Mais uma vez, Yaakov (Tiago) nos ensina que a crença na unidade de D-us é importante, MAS NÃO SALVA NEM JUSTIFICA POR SI PRÓPRIA! Porém, uma conduta e um mau tratamento para com o próximo, condenam e desqualificam o justo. É exatamente isto que Yaakov tentou alertar aos gentios que estavam ‘descobrindo o judaísmo’ e se deslumbrando com o “Shemá”, mas esquecendo-se do amor ao próximo e do ensino com amor e exemplo. Portanto, estes grupos sectários deveriam estar menos preocupados com a “fé monoteísta” e mais preocupados com o estrago, divisão e sectarismo que tem criado entre o Corpo do Messias.
O Judaísmo é sim muito dogmático em relação ao Mashiach. Na doutrina Judaica, O Messias não é apenas o ‘grande profeta’ prometido na Torá, nem é apenas o ‘enviado’ de YHWH, nem simplesmente o “Filho de Elohim”. Na posição que assumiu de REPRESENTANTE do ETERNO (esta é a função do Mashiach no Judaísmo), ele é YHWV perante nós homens (Is 7:14 – mais uma vez, LEIAM as referências que comprovam os pontos elucidados). Sua missão (Messias) é representar o Eterno plenamente à nós (Cl 2:9). Vejam como os profetas de ISRAEL tratam o Mashiach:
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra.Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: יְהוָה׀ צִדְקֵנוּ׃ YHWH, Justiça Nossa”. (Jr 23:6).
Um exemplo simplório, mas que consegue ajudar muitas pessoas a entenderem este conceito judaico da representatividade (Shlichut) é o seguinte:
O vice-presidente, é presidente? A resposta judaica à essa pergunta é: Sim e Não!
Sim! Pois quando incumbido pelo presidente para representá-LO em cerimônias, solenidades ou qualquer atividade oficial, ele representa 100% o presidente. Ele é tratado como se fosse o presidente e tem a autoridade presidencial para tal. Na posição de representante, sua assinatura equivale em gênero, número e grau à assinatura do presidente. Quando está representando o presidente, não há diferença alguma entre os dois! 
Não! Pois sua autoridade existe apenas pois foi outorgada pelo próprio presidente. Ele (vice) responde e se submete ao presidente, apesar de representá-lo 100% perante a sociedade. O vice recebe sua autoridade e seu poder do próprio presidente. Ele não faz nada sem o aval do presidente e todas as suas decisões estão em consonância com a vontade presidencial. 
É ISSO QUE OS PROFETAS E A TORÁ QUEREM DIZER QUANDO AFIRMAM QUE PODEMOS TER IGUALDADE E HIERARQUIA AO MESMO TEMPO ENTRE O ETERNO E SEU UNGIDO!!!
Este é o perigo das seitas que não entendem a concepção judaica que se tem do Mashiach, e em um esforço grande para se distanciarem dos erros ensinados historicamente por Roma, acabam por diminuir a importância e a natureza do Filho de D-us. Há muita, mas muita ignorância tanto nos meios cristãos como entre esses grupos de “super-judeus messiânicos”. Vamos aprender da fonte, pois apenas um ensino equilibrado e condizente com a Torá e com os Apóstolos poderá contribuir genuinamente para a redenção universal (tikkun olam) anunciando o tão esperado OLAM HABÁ (Era vindoura).
Shalom a todos e que o Eterno tenha misericórdia de todos nós!
http://ensinandodesiao.org.br/artigos-e-estudos/a-identidade-do-messias-e-os-falsos-ensinos/

MEDITAÇÃO DO DIA: 2 Coríntios 4:8,9


2 de abril de 2015

O Verdadeiro Sentido da Páscoa (Pêssach)

Páscoa é a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia. Páscoa (Pêssarr, em hebraico) significa literalmente “passagem” (pois o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os. Ex 12:27). É uma FESTA instituída por D-us como um memorial para que os filhos de Israel jamais se esquecessem que foram escravos no Egito, e que o próprio D-us os libertou com mão poderosa, trazendo juízo sobre os deuses do Egito e sobre Faraó. (Ex 12). Páscoa fala de memória, de identidade. O povo de ISRAEL foi liberto do Egito para poder servir a D-us e ser luz para as nações. Páscoa é uma FESTA instituída para que jamais ISRAEL se esquecesse quem foi, quem é e o que deve ser. Da mesma forma,  todos os que são discípulos do Mashiach são co-herdeiros e co-participantes das promessas e das alianças dadas por D-us a Israel, pois através do Evangelho foram enxertados em ISRAEL e são parte do mesmo corpo (judeus e não-judeus), a Família de D-us (Ef 3:6). Daí, conforme o ensino apostólico em I Co 5:8, os discípulos de Yeshua não-judeus podem e devem também celebrar este memorial. O simbolismo da Páscoa é parte da mensagem no Novo Testamento, e toda a obra da Cruz se baseia no evento da Páscoa Judaica. Yeshua não apenas é morto em Páscoa, mas ele simboliza o próprio CORDEIRO pascal (I Co 5:8), que TIRA o pecado do mundo (Jo 1:29) e cujo sangue nos liberta, nos resgata da escravidão do pecado e nos SELA como Seus filhos.  Nele (Yeshua), somos feitos NOVAS CRIATURAS sem o fermento da malícia e da maldade. Como podemos ver, não se pode entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa que é a mais simbólica das Festas de D-us. Páscoa fala de nossa LIBERTAÇÃO para servirmos a D-us.

Representação de um Sêder (jantar) de Pêssach dos dias de Yeshua
Como os antigos judeus comemoravam esta data?
Segundo Ex capítulo 12, Páscoa deveria ser celebrada com um jantar familiar, onde um Cordeiro seria assado e comido por todos. O jantar também deveria ter o pão asmo ou sem fermento (matzá, em hebraico) e ervas amargas. O pão sem fermento nos ajuda a lembrar que na noite da Páscoa no Egito, comemos às pressas e o pão não teve tempo de fermentar. As ervas amargas nos lembram de como nossa vida era amarga quando éramos escravos de Faraó. Por volta do ano 550 a.C., os judeus criaram uma seqüência para o jantar (chamada de Hagadá), que incluía o RELATO do Êxodo, os 4 cálices de vinho e o Charosset (pasta doce).  A intenção do mandamento (Ex 12:26) é que TODOS os membros da família participem das narrativas e da liturgia, e que a festa seja uma ferramenta DIDÁTICA para se ensinar às crianças sobre como o Senhor nos libertou com mão forte do Egito. Yeshua, quando celebrou seu último jantar de Páscoa com os discípulos, seguiu exatamente a tradição judaica vigente em sua época e até os dias de hoje. Ele utilizou quase todos os elementos e a seqüência que temos hoje nos lares judaicos. Não apenas isso, mas ele utilizou parte da tradição criada no séc VI a.C. para institucionalizar a Santa Ceia (um Kidush com simbolismo mais rico).
Existem adereços especiais que nos ajudam a ver como a Páscoa era comemorada?
A forma como desde o século VI a.C. os judeus celebram a Festa de Páscoa é praticamente a mesma de hoje. Na mesa temos um prato especial chamado “Keará”. Nele dispomos os elementos do jantar:  Beitsá (um ovo cozido que representa a oferta de Páscoa feita no Templo – Chaguigá), o Zerôa (um osso de cordeiro que representa o Cordeiro Pascal – nos lares judaicos tradicionais não se come cordeiro em luto à destruição do Templo), as ERVAS Amargas (Karpás: batada cozida ou cebola – que representa o duro trabalho dos hebreus no Egito;  o Marôr: gengibre; e o Chazêret: salsão), e o Charôsset (uma pasta doce que se assemelha a um barro – lembrando do barro que os filhos de Israel amassavam no Egito para fazerem tijolos). Além dos elementos do PRATO KEARÁ, temos também TRÊS pães ásmos e 5 cálices de vinho – cada um com um simbolismo diferente.

O Keará (prato de Pêssach) com os elementos do Jantar
Como as famílias devem hoje celebrar esta data?
Os Judeus (sejam eles crentes em Yeshua ou não), celebram esta festa da forma descrita acima pois ela é um estatuto perpétuo (Ex 12:14).  Para os judeus crentes, esta festa é ainda mais especial, pois Yeshua é o nosso Cordeiro Pascal. Mas e os cristãos não-judeus? Temos provas históricas que a Igreja, até meados do séc IVd.C., celebrava a Festa de Páscoa como os judeus (com pães asmos e no dia 14 de Nissan) – I Co 5:8 e Cl 2:16. Algumas obras Patrísticas também atestam a mesma coisa (Peri Pascha – Melito de Sardes – séc II d.C.). Vejam o que escreve Polícrates, então bispo de Éfeso, sobre a celebração de Pêssach. Ele estava argumentando contrariamente à decisão do Bispo de Roma, Papa Vitor I, sobre a imposição de mudança da data e do simbolismo da Páscoa:
“Nós observamos o dia exato, sem tirar nem por. Pois na Ásia grandes luminares também caíram no sono [morreram], (…) incluindo João, que foi tanto uma testemunha quanto um professor, que se deitou no peito do Senhor e (…)  Policarpo, que foi bispo e mártir; e Tráseas, bispo e mártir de Eumênia, que dormiu em Esmirna. Por que precisaria eu mencionar o bispo e mártir Sagaris, que se deitou em Laodicéia, ou o abençoado Papirius ou Melito (…)? Todos estes observavam o décimo-quarto dia da Páscoa judaica de acordo com o evangelho, não desviando em nenhum aspecto, mas segundo a regra de fé. E eu também, Polícrates, o menos importante de todos, faço de acordo com a tradição de meus pais (…) E meus parentes (07 outros bispos) sempre observaram o dia que as pessoas separavam o fermento (…) Pois os que são maiores que eu disseram ‘Nós devemos obedecer a Deus ao invés dos homens…‘ (…)”.  Eusébio sobre a Carta de Polícrates de Éfeso ao Papa Vitor I – História Eclesiástica – Livro V – Cap. 24
A Pascoa Judaica só foi proibida de ser celebrada no Concílio de Antioquia, em 341 d.C, e demorou quase 400 anos até que as pessoas tivessem deixado de vez esta tradição dos apóstolos. Assim, os cristãos de hoje deveriam obedecer ao apóstolo Paulo e seguir o exemplo dos primeiros crentes, realizando em suas igrejas e em suas famílias um jantar festivo, com pão sem fermento, o cordeiro assado e ervas amargas, para se lembrarem de como a vida era amarga antes de conhecermos a Yeshua, e como ele nos RESGATOU com mão forte das garras do inimigo e da escravidão do pecado, e nos fez NOVA CRIATURA sem o fermento do pecado. Deveríamos todos celebrar neste dia como o SANGUE do Messias foi derramado por nós, nos marcando e nos consagrando a D-us.
Um detalhe que também merece destaque é a ordenança na Torá para que nenhum ESTRANGEIRO/ESTRANHO (nechár - נֵּכָר ) participasse da celebração de Pêssach, uma vez que tal fato traria juízo sobre a vida daquele que fosse alheio ao evento e sua conotação material e principalmente espiritual. Se algum estrangeiro ou peregrino (תּוֹשָׁב  tosháv),  estivesse presente às vésperas de um jantar de Pêssach na casa de uma família judaica, este teria que ser circuncidado para poder participar (Ex. 12:43-48). Logicamente, este mandamento continua ainda em vigor. Porém, é importante lembrar das palavras dos profetas de ISRAEL que apregoam que haveria um tempo onde o Eterno APROXIMARIA ao seu povo (Israel) outros povos mediante a sinceridade da escolha em se GUARDAR a Sua aliança. Vejamos:
“Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e os porá na sua própria terra; e unir-se-ão a eles os ESTRANGEIROS, e estes se ACHEGARÃO à casa de Jacó”. (Is 14:1)
“Aos ESTRANGEIROS (נֵּכָר ) que se APROXIMAM ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e ABRAÇAM A MINHA ALIANÇA, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios SERÃO ACEITOS no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para TODOS os povos. Assim diz o SENHOR Deus, que congrega os dispersos de Israel: Ainda CONGREGAREI outros aos que já se acham reunidos”. (Is 56:6-8)
Ou seja, o próprio ETERNO aproximaria e enxertaria em seu povo ISRAEL, OUTROS povos que temem o SEU nome e guardam a SUA aliança. Sabemos que a obra do MASHIACH YESHUA consiste exatamente em APROXIMAR os gentios das promessas e alianças feitas pelo ETERNO a ISRAEL, fazendo-os CO-HERDEIROS e CO-PARTICIPANTES com ISRAEL. Tais gentios, servos do D-us altíssimo mediante a OBRA do Messias, NÃO SE TORNAM JUDEUS, mas sim, passam a fazer parte do POVO de D-us, juntamente com os Judeus. Vejamos como o rabino Shaul (Ap. Paulo) explica esse princípio para gentios crentes no Messias Yeshua:
“Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão (…), naquele tempo, estáveis sem Messias, SEPARADOS da comunidade de ISRAEL e ESTRANHOS às alianças da promessa (…) Mas, agora, no Messias Yeshua, vós, que antes estáveis longe, fostes APROXIMADOS pelo sangue do Messias. (…) E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já NÃO SOIS ESTRANGEIROS ( נֵכָר nechár) ou  PEREGRINOS (תּוֹשָׁב  tosháv), mas concidadãos dos santos, e sois da FAMÍLIA de Deus (…)”. (Ef 2:11-19 );
“…os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa através do Mashiach Yeshua,  por meio do evangelho; (Ef 3:6);
Os Gentios que receberam a aproximação e remissão de suas iniquidades através da obra do Messias, são feitos também FILHOS DE ABRAÃO e também são HERDEIROS da PROMESSA, não mediante a descendência sanguínea ou pela CIRCUNCISÃO DA CARNE, mas pela fé: “ E, se sois do MASHIACH, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. (Gl 3:29) Não é a circuncisão que purifica os gentios crentes em D-us, mas a obra de redenção do Mashiach. Veja uma outra instrução do rabino de Tarso para GENTIOS servos do Senhor Yeshua:
“Nele (Yeshua), também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. E  a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de DOGMAS (δόγμασιν ”dogmas” – leis NÃO-BÍBLICAS  que desprezavam o não-judeu), o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;” (Cl 2:11-14).  Ou seja, esses gentios em Cristo não são, DE FORMA ALGUMA, ESTRANHOS ou ESTRANGEIROS à fé no D-us de Abraão, Isaque e Jacó. Não são peregrinos nem povos inaptos a adorarem a D-us. SÃO TAMBÉM FILHOS DE ABRAÃO CONFORME A PALAVRA DOS PROFETAS DE ISRAEL.
Assim, o não-judeu que serve ao D-us de Israel através da obra do Messias Yeshua, não se encaixa na proibição de Ex cap. 12, pois não é estranho nem estrangeiro em relação à fé e à aliança de D-us com o seu povo. Ele foi aproximado e feito POVO de D-us juntamente com os judeus (Is 14:1; 56:8). Por isso, o rabino Shaul ORDENA a celebração de Pêssach também aos gentios no Messias em I Co 5:8.

"Coelho" da Páscoa ou Matzá de Pêssach? Qual é a verdadeira tradição Bíblica e Apostólica?
Ovo de páscoa… pode?
A Páscoa Cristã, oficializada pelos pais da Igreja Católica no séc IV d.C.,  foi instituída com o intuito de substituir a Páscoa celebrada por Yeshua e pela Igreja até então. Nos países de língua anglo-saxônica a páscoa cristã é conhecida como “Easter”, mas nos países de língua latina a palavra “Páscoa” foi mantida como uma transliteração da palavra “Pêssach”, em hebraico). O nome “Easter” é proveniente de uma festividade de primavera celebrada por Assírios, Babilônios (e posteriormente Celtas), em adoração a deusa Ishtar (ou Oestre no mundo nórdico). Esta era a deusa da fertilidade, daí ovos e coelhos eram usados como simbolismos. Em outras palavras, qualquer historiador ou qualquer enciclopédia atestará que a origem do ovo é pagã. Se temos a verdadeira Páscoa que era celebrada por Yeshua, pelos apóstolos e pela Igreja até o séc. VI d.C, porque deveríamos adotar costumes pagãos em nossas casas? Será que Yeshua endossaria a troca de ovos enfeitados e coelhos de chocolates? Que cada discípulo de Cristo verdadeiro saiba discernir a Fé que vive e ensina à seus filhos.
Shalom e Chag Pêssach Samêach a todos!
P.S Para ter acesso a toda a sequência do jantar (sêder) de Pêssach, bem como a instrução de celebração com explicações dos  elementos e alimentos utilizados, adquira a Hagadá de Pêssach. Clique aqui.

3 de março de 2015

A Festa de Purim e o Livro de Ester

por Matheus Zandona

O livro de Ester tem representado uma grande incógnita para muitos teólogos cristãos e estudiosos judeus há vários séculos. A principal razão para tal caracterização se dá pelo fato de não se ter mencionado no livro de Ester o nome de D-us; ou seja, o tetragrama não é mencionado sequer uma única vez ao longo do enredo descrito. Mas, porque os sábios e escribas judeus optaram por incluir o livro de Ester entre os escritos sagrados, aceitando sua história como verídica? Quais foram os critérios utilizados para se aceitar o livro de Ester como sendo “divinamente” inspirado?
Se analisarmos com cautela o conteúdo da trama do livro, veremos que as personagens e os eventos ali narrados são comprovados historicamente através de outras fontes escritas, a maioria de origem babilônica e grega. Apesar dos reis persas se casarem apenas com mulheres de linhagens reais e nobres, escritos gregos datados do séc II A.C comprovam que o rei Xerxes I (Assuero), realizou um grande banquete para escolher para si uma nova esposa, já que estava extremamente decepcionado não apenas com a rebeldia da rainha Vasti (Amestris), mas também com as sucessivas derrotas para o emergente império grego. Além disso, a tradição criada em decorrência da história do livro de Ester é guardada por judeus de todo o mundo há mais de 2000 anos através da Festa de Purim (Et 9:27 e 28). Mordechai, primo de Ester, dotado de autoridade real, ordenou que fosse celebrada ao longo das gerações do povo judeu a Festa de Purim (Pur=sorte), nos dias 14 e 15 do mês de Adar, como constante recordação do grande livramento que tiveram os judeus das mãos do malvado Hamân (Hamã). Por isso, a festa de Purim é celebrada por judeus de todo o mundo, até os dias de hoje.

Meguilát Ester (Rolo do Livro de Ester) com ilustrações medievais - Alemanha, séc. XIV
 Mas a pergunta primordial ainda se encontra sem resposta: Porque o nome de D-us não é mencionado no Livro de Ester?
Ibn Ezra, o grande sábio rabino medieval, afirmou que apesar do tetragrama (YHVH) não ser mencionado seque uma vez em Ester, a mão do D-us de Israel é claramente visível nos eventos narrados. O Rabino Ezra ainda vai além ao analisar da seguinte forma a ausência do nome de D-us: “O Sábio Mordechai ordenou para que fosse celebrada a Festa de Purim como memorial entre os judeus da diáspora. Certamente, a história de Purim deveria ser lida durante as comemorações. Os judeus da diáspora habitavam entre povos pagãos, e se o tetragrama fosse utilizado na escrita, certamente esses povos iriam profanar o Santo nome do Eterno, substituindo-o pelo nome de seus deuses. Por isso, nossos sábios do passado optaram por não utilizar a grafia do nome do Eterno no livro de Ester.” A explanação do sábio Ibn Ezra é bem condizente com o que a Torá diz a respeito do nome de D-us, e possivelmente, foi o que ocorreu com o livro de Ester.
Outro livro que compõe os escritos judaicos e que também apresenta o mesmo problema do livro de Ester é o Cântico dos Cânticos, escrito pelo Rei Salomão. Neste livro, não encontramos sequer uma referência ao nome de D-us. Como então justificar sua inclusão entre os livros sagrados, ou a inspiração divina por parte do Rei ? Os sábios judeus da antiguidade chegaram a uma conclusão bem interessante quanto ao Cântico dos Cânticos. Segundo eles, a troca de elogios e o amor idealizado entre o noivo e a noiva, são na verdade, uma alusão do amor de D-us para com Israel, e por isso, a obra pode ser considerada divinamente “inspirada”.

As tradições de Purim incluem a "seudát Purim" (um jantar com os deliciosos "osnêi Haman"), a leitura da Meguilát Ester e "matanôt la-evionim" (doações de alimentos e dinheiro para os mais necessitados da comunidade)
A verdade é que podemos extrair do Livro de Ester grandes princípios e exemplos para nossas vidas. Vemos, ao longo do enredo, que D-us está no controle de nossos destinos, e que Ele sempre se apresenta como El Yeshuá, ou seja, o D-us que salva, disposto a ouvir as orações dos seus servos quando em situações impossíveis de serem resolvidas aos olhos dos humanos. Vemos também a sabedoria de Ester e de seu primo Mordechai, os quais souberam fazer uso de sua posição e status para abençoar a muitos. Além disso, o livro de Ester nos mostra que muitas vezes devemos lutar para obter a vitória assim como fizeram os judeus habitantes da Babilônia, e não apenas nos acomodarmos “esperando” um milagre. Como diz o velho ditado judaico: “creia nos milagres, mas não dependa deles”!
Chag Purim Sameach! (Feliz Festa de Purim)!

P.S quem saber mais sobre a Festa de Purim e seus segredos? Clique aqui

Autor: 
Descendente de Judeus italianos que imigraram para o Brasil no século passado, Matheus é graduado em Comunicação Social e em teologia com ênfase em Estudos Judaicos (EUA). Formou-se em hebraico e arqueologia bíblica em Israel, atuando como professor na Sinagoga Har Tzion (em BHte) há mais de 20 anos. Criador do site www.escoladehebraico.com, um portal para ensino do Hebraico Bíblico e Cultura judaica que já formou mais de 2000 alunos no Brasil e no mundo. É também cantor e compositor, tendo gravado três CDs de músicas judaicas. Atualmente é vice-presidente do Ministério Ensinando de Sião – Brasil, diretor do CATES (Centro Avançado de Teologia Ensinando de Sião) e um dos líderes da Sinagoga Har Tzion. (facebook.com/mzandonna Twitter: @mzandonna)
http://ensinandodesiao.org.br/artigos-e-estudos/a-festa-de-purim-e-o-livro-de-ester/

4 de fevereiro de 2015

Cidadania portuguesa para descendentes dos judeus Sefaraditas. O que você precisa saber?

No dia 30 de janeiro de 2015, o Governo Português aprovou o Projeto de Lei 43/2013, incluindo-o no artigo 169 da Constituição portuguesa. No dia seguinte dei entrevista ao Jornal O Globo e recentemente gravei uma entrevista para a Rede Cultura e seu jornal televisivo de transmissão nacional.
O que diz a Lei especificamente para os descendentes de judeus da Inquisição?
O Governo português aprovou um decreto-lei que dá nacionalidade portuguesa aos descendentes de judeus Sefaraditas que tenham sido expulsos de Portugal a partir do séculoXV devido às atrocidades e crueldades da Inquisição.
“Não se trata de reparação histórica. Não há possibilidade de reparar o que foi feito. Trata-se da atribuição de um direito”, declarou a Ministra da Justiça de Portugal.
Então vamos ver o que diz a lei (Capitulo II – Secção III – artigo 6o.- Item 7):
“O governo pode conceder a nacionalidade por naturalização com dispensa dos requisitos previstos nas alíneas b e c do número 1 aos descendentes de judeus SEFARADITAS ATRAVÉS DA DEMONSTRAÇÃO DA TRADIÇÃO DE PERTENÇA A UMA COMUNIDADE SEFARDITA DE ORIGEM PORTUGUESA, COM BASE EM REQUISITOS OBJETIVOS COMPROVADOS DE LIGAÇÃO A PORTUGAL, DESIGNADAMENTE APELIDOS, IDIOMA FAMILIAR, DESCENDÊNCIA DIRETA OU COLATERAL.”
Apesar da boa intenção do Governo Português, milhares de brasileiros descendentes dos cristãos-novos (judeus obrigados à conversão ao catolicismo) ficarão de fora desta Lei. Ou seja, esta lei do jeito que foi publicada elimina mais de 98% dos interessados. Por que?
Vamos, então, tentar analisar alguns pontos desta lei, como:
I) A INFLEXIBILIDADE DA LEI PARA OS DESCENDENTES DE CRISTÃOS-NOVOS PORTUGUESES
1. Primeiro, nota-se que a lei não menciona a palavra Inquisição e nem o termo Cristão-Novo (Sefaradita obrigado à conversão forçada). Mas, ela exige que o descendente Sefaradita pertença a uma comunidade judaica sefardita de origem portuguesa. Ou seja, parece que eles querem aplicá-la somente a judeus Sefaraditas portugueses que vieram no inicio do século XX para o Brasil oriundo de países onde não existiu a inquisição, como Marrocos, Holanda, etc. É a primeira percepção que temos quando lemos o parágrafo acima (a falta de clareza desta lei levou um rabino da comunidade Sefaradita de São Paulo a afirmar na entrevista para o Jornal Globo que há somente 40 mil judeus Sefaraditas no Brasil, deixando claro que não se pensou nos milhares e milhares de cristãos-novos brasileiros que estão ansiosos por resgatarem suas raízes judaicas de seus ancestrais expulsos de Portugal). Sabe-se que as primeiras sinagogas brasileiras foram fundadas no final do séc. XIX (Rio) e inicio do século XX (SP). Assim, esta exigência exclui quase 100% os Cristãos-Novos (Anussim ou Marranos) que chegaram ao Brasil há 5 séculos desde a época de Fernando de Noronha, primeiro judeu cristão-novo que trouxe consigo milhares de outros compatriotas cristãos-novos para colonizar o Brasil. Daí para frente, muitos outros milhares de Anussim continuaram chegando ao Brasil, atraídos pela “liberdade” do mundo novo, pela riqueza da terra boa, pelos grandes engenhos que produziam açúcar e mais tarde pelas minas de ouro e pedras preciosas em Minas Gerais.
2. Segundo, como exigir hoje de um descendente uma judaicidade sabendo que todo cristão-novo era proibido de praticar qualquer rito judaico aqui no Brasil por mais de 300 anos? (pois a Inquisição brasileira só acabou em 1821). Ou seja, durante este período era totalmente proibida a construção de qualquer sinagoga ou Comunidade Sefaradita. Então, como exigir agora que tal descendente pertença à uma Comunidade Sefaradita?
3. Com a cruel proibição, todo descendente de cristão-novo foi assimilado, restando a este, além dos sobrenomes herdados, somente algumas tradições e costumes judaicos existentes até nos dias de hoje.
4. Muitos descendentes de cristãos-novos guardam histórias de seus familiares. Ou seja, temos histórias e não documentos. É impossível exigir documentos de um cristão-novo, uma vez que a inquisição eliminou e proibiu qualquer tipo de continuidade judaica.
5. Se hoje existem descendentes de judeus Sefaraditas portugueses da época da inquisição que são membros de alguma comunidade Sefaradita, com certeza houve algum processo de conversão ao judaísmo, ou de seus pais ou seus avós, pois as sinagogas no Brasil começaram a partir do século XX (exceto a de Recife fundada pelos judeus portugueses-holandeses que teve curta duração, fechando as portas em 1654 com a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro).
6. Assim, esta lei precisa clarificar este ponto, pois tornou-se inviável ao exigir provas documentais e filiação à uma comunidade Sefaradita brasileira. Ou seja, não se tem documentação comprobatória porque era proibido ao indivíduo manter quaisquer sinais judaicos, sendo o mesmo sujeito a processos, julgamentos, extradições, condenações e execução nas fogueiras de Lisboa.
II) O QUE TEMOS HOJE:
1. A grande maioria dos descendentes dos Sefaraditas portugueses foram 100% assimilados e nem sequer receberam informações das raízes judaicas de seus ancestrais. Porém, há uma parte que recebeu informações e costumes familiares, puramente por tradição oral, passada de pai para filho. E outros, neste momento, que este assunto aflora, tem procurado e investigado suas raízes judaicas. Talvez podemos chegar a um número surpreendente, milhares de milhares que desejam restaurar as raízes de seus ancestrais.
2. Como atender e ajudar os interessados a descobrir suas raízes judaicas portuguesas? Nós da ABRADJIN (Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus da Inquisição), pensamos que a Comunidade Judaico Portuguesa deveria estudar e analisar melhor a nossa história (criando comitês e grupos acadêmicos,p.ex.) Sabe-se que existem quase 40 mil processos do Tribunal do Santo Ofício disponíveis na Torre do Tombo em Lisboa, pertencentes ao Arquivo Nacional. Lá existem grande parte de nossa sofrível história, quando nossos bens foram confiscados, nosso povo torturado, desonrado e humilhado. Roubaram a nossa identidade e com ela nossa dignidade. É importante salientar que tudo o que sabemos hoje tem origem na análise de somente mil processos da Inquisição, conforme relatam renomadas historiadoras como Dra. Anita Novinsky, Neusa Fernandes e outros. E os outros milhares de processos que nunca foram analisados? Quanta documentação ainda continua escondida?

Pintura que retrata a expulsão dos judeus de Portugal - 1497
III) O QUE ESTAMOS FAZENDO NESTE MOMENTO:
1. Fundamos a Abradjin (Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus da Inquisição)  á 15 anos com o objetivo de conhecer e associar esses descendentes, coletando suas histórias, suas trajetórias e lutas. Hoje, a Abradjin conta com mais de 1500 associados e mais de 4000 já fizeram algum contato conosco buscando informações de uma possível ascendência judaica.
2. A Abradjin conta com uma biblioteca com mais de 400 volumes sobre a história dos cristãos-novos, análises e comentários de processos da Inquisição e vários títulos sobre o tema.
3. Fundamos há dois anos o primeiro MUSEU DA HISTÓRIA DA INQUISIÇÃO NO BRASIL com o intuito de trazer à memória essa história não contada em nossos livros, mostrando alguns processos, gravuras de pintores famosos, pequenos objetos ainda do tempo da Inquisição e, sobretudo, promovendo o combate à intolerância religiosa, o direito de crença e a dignidade humana. Estamos trazendo à memória aquilo que possa nos trazer esperança.
4. É possível ter acesso aos documentos da Torre do Tombo e colher milhares de novas informações sobre o destino desses Sefaraditas portugueses e brasileiros, uma vez que mais de 85% das vítimas da inquisição foram judeus. Portanto, esta nova lei precisa valer-se desse rico e único acervo.
IV) O QUE PODE VIR NO FUTURO
1. A Comunidade Judaico Portuguesa e mesmo brasileira precisa ter acesso e estabelecer novos critérios para os anussim (nome dado em hebraico aos judeus forçados à conversão) que desejam cidadania portuguesa, baseados nos milhares de processos da inquisição;
2. Valer-se dos exames de DNA que podem indicar se uma pessoa descende de europeus, indo-europeus, asiáticos, ameríndios,etc. e mesmo de semitas, que incluem árabes e judeus. A esperança é que este tipo de exame seja aperfeiçoado e ajude os descendentes de judeus Sefaraditas na restauração de suas raízes.
3. Que parte de nossas histórias e memórias sejam transformadas em documentos que possam ser aceitos e válidos quanto a Lei do Retorno, tanto para Portugal como para Israel.

Típico Sêder de Pêssach Sefardita
V) O QUE QUEREMOS
1. Que Israel siga o mesmo exemplo de Portugal e ofereça a esses descendentes cidadania na única nação judaica do planeta.
2. Se um Anussim (Cristão-Novo) pudesse escolher entre uma cidadania portuguesa ou uma israelense, com certeza a maioria escolheria Israel, a terra de seus ancestrais. Mas, precisamos deixar livre esse direito de escolha. Portugal fez muito bem dar o primeiro passo e com certeza essa cidadania abrirá porta para aqueles que optarem por Israel.
3. O que queremos é o resgate de uma identidade que nos foi roubada, sendo nós parte do povo judeu. Isto não significa necessariamente resgatar algum ramo da religião judaica, neste primeiro passo. Deve-se preocupar primeiramente com a restituição da identidade perdida e a concessão dos direitos suprimidos no passado. A crença individual de cada descendente jamais deve ser um fator eliminatório ou desqualificador.
4. Portanto, esperamos e lutamos pelo resgate de nossa identidade judaica que nos foi roubada e arrancada por decretos inquisitoriais. E assim procedendo, devemos neste momento resistir a uma conversão forçada à qualquer linha da religião judaica, pois isto seria negar todo o legado e sofrimento histórico carregado por nossos ancestrais, apagando o sangue derramado que ainda clama por justiça. Não podemos ser tratados como se não tivéssemos vínculos com o povo de Israel. Já fomos forçados uma vez e agora queremos o direito de escolha, quando qualquer um de nós poderá resgatar sua identidade judaica e viver como judeu na terra de Israel ou fora dele da forma e no estilo de fé que mais o identifica com a história de seu povo, o povo da Bíblia.
Portanto, Kadima! (Avante)! nossa luta continua.
Marcelo Miranda Guimarães
Fundador e diretor da Abradjin e do Museu da História da Inquisição